Workshop de Pasta Fresca no SR de Torrinha

Torrinha tem uma forte influência italiana, visível na cultura, nas tradições e, principalmente, na gastronomia. Recentemente, ministrei uma aula de cozinha italiana na cidade, em parceria com o Sindicato Rural de Torrinha e a Faesp/Senar. Ensinei a preparar pasta fresca e explorar os diferentes tipos de farinha. A pasta fresca é um dos maiores símbolos da culinária italiana. Prepará-la exige técnica e o uso correto dos ingredientes. Durante a aula, abordamos diferentes tipos de farinha e como cada uma influencia na textura da massa:
  • Massas com ovos: mais elásticas e saborosas, ideais para fettuccine, tagliatelle e ravioli.
  • Massas de sêmola: mais firmes, perfeitas para formatos como orecchiette e cavatelli.
  • Massas coloridas: feitas com espinafre, beterraba ou tinta de lula, criando um efeito visual e um sabor especial.
Foi gratificante ver os participantes colocarem a mão na massa, experimentando novas combinações e aprendendo técnicas tradicionais. A gastronomia é um elo entre culturas e gerações, e essa experiência deixou isso ainda mais claro.

A Fogazza de Torrinha: Um Clássico Local

Um dos destaques da culinária da cidade é a fogazza, uma massa frita recheada, geralmente com queijo e tomate, mas que também pode ter outros sabores. De origem italiana, esse prato se tornou um ícone local. A presença da fogazza em Torrinha mostra como a herança italiana se adaptou à região. Assim como a pasta fresca, esse prato carrega história e identidade. Ensinar sobre a cozinha italiana em uma cidade com raízes tão fortes nessa cultura foi uma experiência incrível. A troca de conhecimento e o entusiasmo dos participantes reforçam a importância de manter essas tradições vivas. Se você gosta de massas, experimente fazer sua própria pasta fresca. Com bons ingredientes e um pouco de dedicação, é possível criar pratos deliciosos e se conectar com essa tradição centenária.
expobanana-2022

Workshop Além do Doce de Banana

A Banana no Vale do Ribeira: Tradição, Economia e Inovação

A banana, fruto originário do sudeste asiático, encontrou no Vale do Ribeira, em São Paulo, um dos ambientes mais favoráveis para o seu cultivo. Com clima úmido, solo fértil e tradição agrícola, a região se transformou em um dos principais polos produtores da fruta no Brasil, especialmente da variedade prata. Essa força produtiva não só movimenta a economia local como também garante o sustento de milhares de famílias, sendo uma das principais bases da agricultura familiar no território.

No entanto, como em toda atividade agrícola de grande escala, o excedente de produção e a rápida maturação da fruta ainda representam desafios para muitos produtores. Pensando nisso, fui convidado pelo Sindicato Rural do Vale do Ribeira em parceria com a Faesp Senar e Prefeitura Municipal de Sete Barras para participar da 19ª ExpoBanana em Sete Barras, de um workshop voltado a agricultores locais, com o objetivo de apresentar soluções práticas e sustentáveis para o aproveitamento da banana madura.

Durante o encontro, apresentei alternativas viáveis para transformar o excedente em produtos de maior valor agregado. Um dos temas centrais foi o xarope de banana, uma preparação simples e funcional, que pode ser usada como base para sucos, smoothies, molhos para sobremesas, recheios de bolos e até como adoçante natural em bebidas. Rico em sabor e nutrientes, o xarope é uma excelente forma de reaproveitar bananas muito maduras, que já não têm valor comercial in natura.

Outro destaque do workshop foi o vinagre de banana, um produto ainda pouco explorado, mas com enorme potencial. Além de seu uso culinário, o vinagre é valorizado por seus benefícios à saúde — ele auxilia na digestão, regula o pH do organismo, tem ação antioxidante e contribui no controle da glicemia. Do ponto de vista da conservação, o vinagre também é uma alternativa natural para preservar outros alimentos e aumentar a vida útil de preparações caseiras.

Essas iniciativas se somam a outros produtos manufaturados já comuns na região, como banana passa, doce de banana, chips, farinha de banana verde, conservas e até licores artesanais. Ao transformar o que antes era considerado descarte em novas possibilidades de renda, os produtores do Vale do Ribeira fortalecem não só sua autonomia, mas também a identidade de uma região que tem na banana muito mais do que um símbolo agrícola — tem uma fonte inesgotável de inovação e desenvolvimento sustentável.