Com grande satisfação, compartilho uma conquista significativa para a cultura e o turismo de Tatuí: os tradicionais doces ABC foram oficialmente reconhecidos como patrimônio cultural e imaterial da gastronomia tatuiana. A iniciativa, de minha autoria enquanto presidente do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR), foi apresentada em reunião do conselho e aprovada por unanimidade pelos conselheiros.
A partir dessa aprovação, o COMTUR encaminhou a proposta ao Executivo Municipal. O projeto resultou na Lei nº 4.972, sancionada no dia 5 de junho pelo prefeito José Manoel Correa Coelho, o Manu, após aprovação unânime na Câmara de Vereadores.
A proposta nasce do reconhecimento do valor histórico, cultural e econômico dos doces ABC — elaborados com abóbora, batata-doce e cidra, ingredientes que dão nome à receita. A tradição remonta à década de 1950, quando a doceira Belarmina de Campos Oliveira iniciou a produção caseira desses doces, que rapidamente se tornaram símbolo da cidade.
Famílias como a de Antonio Rocha Lima Neto, fundador da tradicional doceria Pingo Doce, mantiveram viva essa tradição por décadas. Hoje, Tatuí produz cerca de três toneladas de doces por mês, sendo 800 kg apenas de ABC, e exporta para várias partes do Brasil e do mundo, incluindo Europa, Japão e Estados Unidos.
A aprovação da lei representa o reconhecimento de um patrimônio afetivo e identitário da nossa cidade. Fortalece também o título de “Terra dos Doces Caseiros”, do qual Tatuí se orgulha, além de reforçar o papel da Festa do Doce como evento de referência no calendário turístico paulista.
Com a sanção da lei, garantimos a valorização e a preservação de um saber-fazer passado de geração em geração, e que agora está oficialmente protegido. É um passo importante para que o turismo gastronômico continue crescendo com base em nossas raízes e tradições.
Eduardo Graziano
Presidente do COMTUR – Tatuí/SP
Autor da proposta de reconhecimento dos Doces ABC como patrimônio cultural